segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Prólogo do livro o Alquimista, de Paulo Coelho.

Já faz algum tempo que li esse livro, muuito bom, recomendo!
Uma das coisas que mas me chamou a atenção foi o Prólogo:
"O Alquimista pegou um livro que alguém na caravana havia trazido. O volume estava sem capa, mas consegui identificar seu autor: Oscar Wilde. Enquanto folheava suas páginas, encontrou uma história sobre Narciso.
O Alquimista conhecia a lenda de Narciso, um belo rapaz que todos os dias ia contemplar sua própria beleza num lago. Era tão fascinado por si mesmo que certo dia caiu dentro do lago e morreu afogado. No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que chamaram de narciso.
Mas não era assim que Oscar Wilde acabava a história.
Ele dizia que quando Narciso morreu, vieram as Oréiades - deusas do bosque - e viram o lago transformado, de um lago doce, num cântaro de lágrimas salgadas.
- Por que você chora? - perguntaram as Oréiades.
- Choro por Narciso - disse o lago.
- Ah, não nos espanta que você chore por Narciso - continuaram elas. - Afinal de contas, apesar de todas nós sempre corrermos atrás dele pelo bosque, você era o único que tinha a oportunidade de contemplar de perto sua beleza.
- Mas Narciso era belo? - perguntou o lago.
- Quem mais do que você poderia saber disso? - responderam, surpresas, as Oréiades. - Afinal de contas, era em suas margens que ele se debruçava todos os dias.
O lago ficou por um tempo quieto. Por fim, disse:
- Eu choro por Narciso, mas jamais havia percebido que Narciso era belo.
" Choro por Narciso porque, todas as vezes que ele se deitava sobre minhas margens eu podia ver, no fundo dos seus olhos, minha própria beleza refletida."
"Que bela história", disse o Alquimista.